20 de maio de 2011.
A
Giovana está toda empolgada para amanhã. Ela vai dar aula como voluntária para
preparar os alunos de Planaltina para o vestibular da UnB. Nesta semana ela vai
fazer uma revisão de literatura, depois gramática e, por fim, redação. Agora eu
queria saber como alguém que não lê quase nada vai dar uma aula de literatura
para revisão? A Giovana é cheia de livros branquinhos, não porque ela cuida bem
deles, mas porque não lê mesmo! Tomara que ela não acabe passando vergonha. Ela
tá animada porque diz que “finalmente vai dar aula de verdade”. Vamos ver como
ficam as coisas.
Ontem,
quinta, eu me senti bem, como não me sentia há muito tempo. De repente o peso
da vida tinha saído dos meus ombros. Engraçado que não aconteceu nada demais.
Fiz as minhas coisas como faço há muito tempo, só que dessa vez não sofri com a
solidão nem quis desabafar no papel. Sentei no sofá e achei até graça nas
piadas repetidas do Chaves. Só que a alegria comigo parece com um ipê daqui:
floresce, mas por pouco tempo.
Hoje,
senti-me decepcionada. Por que a alegria abandonou o meu coração sem deixar
suas raízes? Por que ela tem que ser uma borboleta que pousa em nosso dedo, é
admirada e se vai sem dar satisfação alguma? Por que as cores de ontem não
inundaram minha vida da mesma forma? Por que lavar a louça e fazer comida não
foi tão bom quanto ontem? Talvez um dia eu entenda isso melhor. A nossa cabeça
tem desses mistérios, infelizmente. O negócio é ir vivendo.