terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Poema Abaixo os verbalistas!


 (Ilustração de Enthony Keven)

Abaixo os verbalistas!


Abaixo os verbalistas, que muito falam e pouco fazem!
Aqueles que sempre têm algo a dizer e pouco fazem
são tão culpados pela injustiça do mundo
quanto os responsáveis por cada ato injusto.

Verbo sem ação é a palavra em estado abstrato!
Essa é a verdade da ciência dessas plantas que se entrelaçam em línguas.
O mundo está cansado dos procrastinadores de ocasião!
Os mesmos que desafiam o mundo dos poderosos com palavras
são os inertes perante cada situação.

Exibem-se em reflexões triurnas:
Hibridismos, moralismos, dialéticas, desconstruções e pedantismos.
Não passam de blefes dos que não enxergam a própria responsabilidade óbvia
em cada instante que passa em suas caras!
 
Em meio ao caos do vazio de suas línguas entrelaçadas,
são incapazes de perceber o óbvio ululante:
a pura inércia é o ato mais injusto do ser humano.

(Fernando Fidelix Nunes)


domingo, 27 de junho de 2021

Poema Amor à Última Vista

 

Amor à Última Vista


Então... né... vamos lá!
Eu ouvi uma história muito romântica...
Nossa! Foi amor à primeira vista!
Mas sei lá... às vezes faltou um exame de vista...
Não durou 2 meses!

A teoria triangular do amor
Nos serve de explicação,
Que existem 3 razões para falar que ama:
Intimidade, credibilidade e paixão.
Então, como tudo isso se desenvolve em apenas uma visão?

Não sou descrente do amor... longe de mim!
Se você parar para pensar,
A intimidade é a capacidade de se abrir,
Contar algo que você não contaria nem mesmo para um sagui!
Como você desenvolve sem nem mesmo um toque?

Credibilidade é a capacidade de se sacrificar
Por aquela relação, de até abrir mão de coisas,
Para sentir o carinho no coração.

E depois a paixão... aquele sentimento de necessidade!
De ter a pessoa em toda a parte!
E gostar da pessoa, independente
De porte físico, de ser feio ou qualquer coisa.

Então, parando para pensar,
Não foi amor à primeira vista.
Talvez seja só uma paixão, que aí, sim, ocasiona no amor do coração.

Mas não podemos esquecer
Que talvez seja uma dependência emocional,
Escondida no nosso subconsciente,
Na tentativa de preencher um vazio infinito
Com uma paixão sem sentido... te fazendo ser dependente!


(Henrique Souza)

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Poema Vou-me embora pra Rancho Queimado

 


Vou-me embora pra Rancho Queimado

 
Vou-me embora pra Rancho Queimado!
Lá sou amigo do peito do Heinze,
Tenho a casa que quero, comida boa
E tomo porre de cloroquina
Com ivermectina pra dar e vender.
 
Vou-me embora pra Rancho Queimado!
Lá estou protegido pela Capitã Cloroquina,
Que luta pela vida como Hades.
Farei parte do “Meu Exército” de Zeus na luta contra Big Pharma
E das empresas com atrizes pornográficas,
Que estão norteando tudo isso aqui!
 
Vou-me embora pra Rancho Queimado!
Lá posso rachar de rir à vontade
Com as mentiras federais!
Ficarei hospedado na mansão de chocolates
Assistindo à minha nova Constituição Federal:
Lunáticos e cínicos convictos de YouTube.
 
Vou-me embora pra Rancho Queimado!
Lá ganho meu orçamento paralelo
Compartilhando tudo no WhatsApp.
Serei o cupido das paixões ideológicas
De quem tem a cabeça esvaziada
Pelas frustrações da vida.
 
Vou-me embora pra Rancho Queimado!
Lá me tornarei o covid-Aquiles!
O Odisseu da pandemia!
O Poseidon dos mares bovinos!
O Baco do fascismo!
O Apolo da ignorância, da mentira e da estupidez!
O Asclépio do tratamento precoce!
 
Abaixo os chips magnetizadores!
Resistirei até o fim às vachinas comunistas!
(Fernando Fidelix Nunes)

sábado, 5 de junho de 2021

Poema Utopia Distrital

 


(Ilustração de Enthony Keven)

Utopia Distrital

 

O futuro é a página em branco do nosso destino

A ser escrito com a tinta das nossas utopias!

Utopias por um mundo diferente

Com menos adjetivos e substantivos normativos...

Mas muito... muito mais verbos como processos!

Processos que mobilizam Participantes

Na construção de novos sentidos

Para uma utopia distrital!

 

Sou contra as tartarugas pessimistas!

Seres que descreem no futuro pelo passado

Distópico de sua vivência de mapas

De um metro... muito mal quadrado!

Que olham para o mundo como um ciclo infinito

Enquanto correm atrás da própria cauda.

 

Pilotos do próprio plano de manutenção

De tudo porque, afinal: “sempre foi assim”!

Um dia... entenderão as novas

Múltiplas modalidades de viver.

 

Sem medo de nenhum obstáculo!

Assim, vamos semear óticas novas.

 

(Fernando Fidelix Nunes)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Poema "O Deus-Verme", de Fernando Fidelix Nunes

 

O Deus-Verme

 

(Ilustração de Enthony Keven)



O não coveiro do Reino de Deus,

Filho do caos, do rancor,

Da ambição, do comodismo, da inércia e

Da falta de uma nação para um povo

Que sobrevive na superabundante miséria;

Deus-Verme é o nome de seu novo batismo.

 

Capitão da caterva!

Coberto da bandeira trumpista,

Almoça os restos podres

Do ódio visceral retroalimentado pelo seu

Histórico de atleta do subsolo da ignorância

E do submundo miliciano.

Livre das roupas da democracia,

Lhe cai bem a farda do obscurantismo.

 

Com devaneios manipulativos

Do seguidor negacionista que o defende

A todo custo atrás do celular ou do computador,

Incha a mão dos defuntos sem razão

Das verdades fakes do Messias

Que não tem Jesus na boca nem no coração.

 

Cúmplice obstinado da morte!

No banquete de 220.000 óbitos

E da destruição da República,

Almoça carne de ema com Hidroxicloroquina

(ivermectina na dose certa seria suicídio)

Enquanto fatia no centrão da mesa

As porções fétidas da injustiça brasileira...

E todos já sabem:

“Cabe aos seus filhos a maior porção”.


(Fernando Fidelix Nunes)