sexta-feira, 20 de abril de 2018

Diário: 4 de julho de 2011



4 de julho de 2011.

                Sábado fui à casa dos meus sogros. A minha sogra foi toda falsa comigo. Ela não gosta de mim de verdade. Sempre que pode faz algo pra me atingir. É só ver como ela agiu uns 4 anos atrás comigo. Ela veio sábado com um bolo de presente para mim. Claro que eu sei que quem fez o bolo foi a Conceição. Agradeci a ela na frente dos outros, mas, reservadamente, dei um abraço carinhoso na Conceição. A minha sogra faz muita besteira. Agora ela anda cuidando mais do William, que anda dormindo por lá. Graças a Deus que ele saiu quando eu estava por lá. Esses mimos dela vão acabar de vez com o menino. Se bem que... pior do que ele tá não dá para ficar.
             A melhor parte para mim foi a conversa que eu tive com a Conceição enquanto a gente lavava a louça. Contei pra ela que eu andava desconfiada do Henrique com a Tereza. Ela falou que semana passada o Renato veio com a Tereza e pareciam estar melhores até, mas que ela duvidava. Afinal, as aparências enganam. Mas a vida dela não anda muito fácil não também. A filha dela está brigando com ela e com a neta o tempo todo. Elas ainda moram juntas lá em Planaltina. Vida em família é assim mesmo, infelizmente.
                Ontem eu ganhei um livro de presente da Giovana e um vale presente de 50 reais da loja O Boticário do Daniel. O Henrique pagou o almoço num restaurante. Como sempre, para eles me deixar sem cozinhar é como se fosse um presente. Uma droga isso. Às vezes eu fico querendo que uma doença me pegue e não me deixe levantar para ver se eu fico na cama e não vejo esse tanto de bobagem. Engraçado foi o livro que a minha filha me deu: “O Livro do Desassossego”, do Fernando Pessoa. Ela me confessou que nunca havia lido o livro e que resolveu comprar para que nós duas pudéssemos ler juntas. Muito estranho isso. Acho mesmo que ela só comprou o livro para ela ler. Assim... ela já estava de olho no livro e tinha que comprar um presente para mim, aí ela juntou os dois porque era mais conveniente. A vida é assim mesmo: a gente faz o que é conveniente, mas acaba sendo inconveniente com a qualidade das nossas relações. Engraçado como mais um ano passou e tudo mudou para no final não mudar nada.

(Escrito, assim como os demais dias do diário, por Fernando Fidelix Nunes)

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