(Ilustração feita por Enthony Keven para este blog)
12 de junho de 2012.
Ser
uma mulher casada que se sente sozinha é bastante complicado. Chega uma hora em
que o casamento deixa de ser a verdadeira paixão e passa a ser apenas uma
formalidade sobre a vida. Nós permanecemos unidos um ao outro não por amor, mas
por conveniência. Sendo sincera, acho que nunca nem passei pelo estado da verdadeira
paixão com o Henrique. Nunca amei o Henrique de verdade. Acho que tive a
fantasia de pensar que o casamento poderia ser uma saída para o sofrimento
perene da vida. É só o amor que dá sentido à vida. Talvez, seja por isso que eu
nunca tenha conseguido encontrar um sentido pleno para a minha existência.
A vida
caminha a passos largos e eu, pobre mortal, caminho passo a passo para a
escuridão da vida. Ninguém sabe a dor verdadeira que o outro sente, mas a minha
parece ser maior do que as demais. Nossa! Acho que ando vendo bastantes pedras
no meio do caminho. Acho que deveria fazer uns poemas para relaxar um pouco.
Escrever versos é melhor para aprofundar-nos tudo em todas as palavras. É...
ando pensando bastante coisa e não fazendo nada. Esses dias mesmo eu pensei em
pedir para o Henrique pagar uma faculdade para mim. Acho que eu iria querer
fazer direito. Conhecer as leis seria o máximo. Só de imaginar as pessoas me
perguntando sobre as leis em busca de orientação, eu fico muito mais animada.
Afinal, é muito melhor quando te perguntam sobre as leis do que sobre limpeza e
culinária. Fazer o quê? A vida é assim mesmo.
Acho
que hoje consegui cumprir minha promessa de passar a escrever só sobre mim e o
que eu sinto. Nada de falar de datas ou coisas tenebrosas da vida pretérita.
Nossa! Acho que ler o Drummond (finalmente aprendi a escrever o nome dele
direito!) está me deixando com o vocabulário melhor. Desse jeito vou levando
até jeito para ser advogada. Vamos ver aonde a vida vai dar.