9 de julho de 2011.
Hoje
o ipê da felicidade estranhamente floresceu em mim mais uma vez. Henrique,
Tereza, Giovana, Daniel, sogra, faxina, cozinha... tudo foi para o inferno e eu
fiquei no paraíso da felicidade. Eu até desci para caminhar um pouco. Como a
307 estava bonita! Caminhei pelo gramado que fica na frente do posto de
gasolina. Nossa, apesar do frio, eu senti a vida em cada instante enquanto eu
caminhava. Aproveitei para andar na entrequadra entre as árvores. Foi muito bom
mesmo. Vi os cachorros correndo todo felizes e aproveitei para fazer um carinho
neles. Pensei como seria bom ter um cachorro aqui em casa. Foi bom que os
cachorros retribuíram um carinho meu sem pedir nada em troca. Também fiquei
conversando na rua. Depois de me libertar, resolvi comer uma casquinha aqui no
Mc Donald’s. Nossa! Como eu fiquei feliz com uma casquinha. Eu parecia uma
criança que tinha ganhado o Mc Lanche Feliz.
Comecei
a ver a até a minha história com outros olhos. Sabe... o futuro e o passado
ganharam cores que eu não lhes atribuía. As pessoas costumam pensar que vivem
só um passado. Elas estão erradas! Nós vivemos diferente os nossos passados de
acordo com a nossa cabeça. O fato de eu ter brigado com a minha irmã mais nova,
a Maria, por uma boneca até ela rasgar era uma grande dor na minha infância,
hoje acho graça. Até as escolhas que eu fiz para chegar até aqui me fazem
pensar melhor comigo mesmo. Sem dor, a suavidade do agora ganha as cores da
alegria.
Minha família
ficou até surpresa comigo mais alegre. Na hora do jantar, eu servi a mesa com
muita alegria e disposição. Nem as notícias do jornal tiraram o brilho do meu
olhar. De repente é como se a vida não fosse mais o que ela é. Se cada dia de
manhã eu acordasse assim, eu seria a pessoa mais satisfeita do mundo. Juro que
eu não ia reclamar de nada nem de ninguém. Poderiam vender essa felicidade
suave em comprimidos. Seria um sucesso e tanto! Imaginem só uma pessoa poder
ser feliz tomando uma pílula. Até o governo iria querer comprar um negócio
desses para melhorar a vida do povo. Um povo mais feliz é um povo que trabalha
melhor e sem tanta angústia. Acho que eu até esqueceria da mágoa de ter perdido
o meu antigo diário. Nele eu fazia tanta coisa legal. Tinha até poesia feita
por mim. Não era lá essas coisas, mas eram minhas, e isso já faz delas algo
especial no meu coração. Pena que eu não gravei nada do que eu escrevia. Uma
pena eu não ter uma memória tão boa para gravar cada um dos meus versos. Só
lembro de uma parte que era mais ou menos assim: “se perder no passado pode ser
uma maneira de ajeitar o errado”. Enfim, não vou lembrar direito. Acho que vou
voltar a escrever uns versos para me animar mais um pouco.
Agora é dormir
para amanhã. Mas como eu queria que o dia de hoje se prolongasse por mais de 24
horas. Melhor ainda, por toda a eternidade. Ah! Isso sim me faria feliz a vida
inteira.
(escrito, assim como os demais dias do diário, por Fernando Fidelix Nunes)
ME LIBERTAR..AMBÍGUA ESSA FRASE RSRS
ResponderExcluirA ambiguidade é a base da boa literatura.
ResponderExcluir"Sem dor, a suavidade do agora ganha as cores da alegria". Simplesmente lindo.
ResponderExcluirAgradeço o elogio. É bom ter um feedback do público. Continue acompanhando, pois teremos fortes emoções neste mês.
Excluir