segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Diário: 7 de maio de 2011



7 de maio de 2011.


            Sábado é um dia diferente. Não pela presença da minha família, mas sim pela ausência. Todos dormem até tarde: o Henrique nunca acorda antes das 11, a Giovana e o Daniel ficam no quarto até as 10. Eles só saem da cama para comer. Eu continuo acordando pontualmente 6 e meia. No fim das contas, vivemos juntos, mas não somos unidos. O bom de um dia como esse é que eu posso me debruçar sobre o meu diário de manhã sem o receio de ninguém me ver. Eles realmente acham que eu fico escrevendo receitas ou vendo umas novidades nos jornais. Se prestassem atenção em mim veriam que fico numa atmosfera nova quando escrevo.

***

                Hoje, na hora do almoço, a Giovana falou que está tendo alguns problemas lá no colégio dela. Pra ela, os alunos não estão nem aí pra nada e tanto faz passar um ou quatro anos na mesma série. Tentei falar com ela que na vida a gente precisa ter calma e paciência, principalmente com as pessoas mais novas, pois elas ainda não conhecem bem o caminho. Nessa hora, o nosso papel é mostrar equilíbrio para buscar novas alternativas e possibilidades. Ela se tranquilizou e conseguiu arrumar as coisas das aulas da semana depois de tarde.
            Eu falei isso, mas a minha vontade era falar: “também... o que você tem para ensinar a eles? Reclamar da vida e botar a culpa nos outros são a sua especialidade e não Língua Portuguesa. Na verdade você nem lê e quer que eles leiam. Se toca né, Giovana!”. Contudo, como boa mãe que sou, guardei para mim essas observações. Às vezes penso se não seria melhor falar algumas verdades para a Giovana em vez de mascarar a realidade com o senso comum mais banal. Por isso acho que moramos juntos, mas não estamos conectados de verdade. E amanhã ainda é dia das mães.

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