quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Nossas Escolhas Eleitorais Têm Consequências


Nossas Escolhas Eleitorais Têm Consequências

Normalmente, as pessoas que produzem textos sobre política, ainda mais na véspera das eleições, costumam esconder as suas intenções dos seus leitores. É uma espécie de cinismo revestido de retórica. Este texto não! Sou honesto da primeira à última palavra em dizer que tenho como objetivo persuadir as pessoas a mudarem de posicionamento na última hora e votarem em Ciro Gomes para presidente neste domingo.

Sejamos sinceros: Bolsonaro e Haddad não possuem a menor condição de governar o Brasil nos próximos quatro anos. Um diz que vai botar os melhores para governar e acha que só há o exército no país – e em menos de um mês já teve que fazer o general mourinha exercer o seu direito democrático de ficar calado em sua plenitude.  E não possui a menor capacidade para discutir nada em um nível decente. Indagado sobre que imposto iria mudar, ele só soube gaguejar “poxa, Miriam!” e tentou desconversar dizendo que não era economista nem médico para ser específico em relação a duas das grandes aflições do nosso povo. Cenas lamentáveis que vão entrar para os anais da História do Brasil, provavelmente num tópico específico sobre ignorância e política no início do século XXI.

Haddad segue aquela tradicional malandragem de se dar bem na onda dos outros. Acordem! Ele não é o Lula, mas fica enganando os outros com um slogan do tipo “O Brasil Feliz de Novo”. Quem governará este país será o mesmo grupo que estava com Dilma, que sequer é mencionada por Haddad em diversos momentos. Ademais, enquanto o #elenão faz os generais terem fantasias juvenis com uma possível ditadura de araque, Haddad tenta estimular uma ilusão que não se sustentará na prática governamental dos próximos anos. O Brasil não voltará a ter entre 4% e 5% de desempregados; nem terá protagonismo econômico e político, já que Haddad não goza de sequer uma ínfima fração do prestígio e da capacidade política de Lula.

E o Ciro? Olha, nenhum dos candidatos tem o conhecimento dele sobre os problemas da nação brasileira. Impressionante, o candidato tem algo a dizer sobre praticamente todas as regiões e problemas daqui. Ele deixa claro que fará algo para que os brasileiros possam refinanciar suas dívidas e, consequentemente, tirarem o seu nome do SPC. Sobre a economia, ele deixa claro o que vai fazer para aumentar a receita da União e acabar com o assombroso déficit público: taxar as grandes heranças e cobrar impostos sobre lucros e dividendos, práticas recorrentes em outros países desenvolvidos. As reformas previdenciária e trabalhista do atual governo serão mudadas e o Brasil, segundo ele, discutirá nos primeiros seis meses de seu mandato um conjunto de reformas que realmente mudará o país, principalmente a reforma política.

Outra grande qualidade de um eventual governo de Ciro Gomes é a atenuação gradual do clima de tensão no país. PSL e PT, sem dúvidas, colocarão o país à beira de um conflito irreconciliável nas próximas duas décadas. De um lado, um cara que semeia o ódio em muitas de suas falas e prega um amor incondicional à diminuição da dignidade humana. Do outro lado, um homem que a cada tropeço vai ter que dar explicações sobre denúncias de corrupção e justificativas para atenuar equívocos grosseiros.

Ciro Gomes não se mistura com os principais equívocos dos seus adversários. Ele não confunde a autoridade que tem com o autoritarismo tosco de outros candidatos. Tampouco aceita ser fruto de um oportunismo político. Ciro foi convidado para exercer o papel de Haddad ou de Manuela na chapa com Lula. Sabem o que ele disse? Não! Ele não quer dever sua eleição à predileção que o povo tem por outro político. Se ele fosse o oportunista que pintam, teria aceitado de imediato, pois isso o levaria ao Palácio do Planalto certamente.

E por que não votar nos outros? Porque os outros não vão conseguir ir ao segundo turno e tampouco têm capacidade para governar o país nesta interminável crise. Você tem o direito de votar em outro candidato. Fazer o quê? Democracia é isso mesmo. Agora, não venha reclamar depois de uma incompetente ditadura militar de quinta categoria ou de uma indicação improvisada. Afinal, nossas escolhas eleitorais têm consequências.

(Artigo de opinião escrito por Fernando Fidelix Nunes)

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