Nossas Escolhas Eleitorais Têm Consequências
Normalmente,
as pessoas que produzem textos sobre política, ainda mais na véspera das
eleições, costumam esconder as suas intenções dos seus leitores. É uma espécie
de cinismo revestido de retórica. Este texto não! Sou honesto da primeira à
última palavra em dizer que tenho como objetivo persuadir as pessoas a mudarem
de posicionamento na última hora e votarem em Ciro Gomes para presidente neste
domingo.
Sejamos
sinceros: Bolsonaro e Haddad não possuem a menor condição de governar o Brasil
nos próximos quatro anos. Um diz que vai botar os melhores para governar e acha
que só há o exército no país – e em menos de um mês já teve que fazer o general
mourinha exercer o seu direito democrático de ficar calado em sua
plenitude. E não possui a menor
capacidade para discutir nada em um nível decente. Indagado sobre que imposto
iria mudar, ele só soube gaguejar “poxa, Miriam!” e tentou desconversar dizendo
que não era economista nem médico para ser específico em relação a duas das
grandes aflições do nosso povo. Cenas lamentáveis que vão entrar para os anais
da História do Brasil, provavelmente num tópico específico sobre ignorância e
política no início do século XXI.
Haddad
segue aquela tradicional malandragem de se dar bem na onda dos outros. Acordem!
Ele não é o Lula, mas fica enganando os outros com um slogan do tipo “O Brasil
Feliz de Novo”. Quem governará este país será o mesmo grupo que estava com
Dilma, que sequer é mencionada por Haddad em diversos momentos. Ademais,
enquanto o #elenão faz os generais terem fantasias juvenis com uma possível
ditadura de araque, Haddad tenta estimular uma ilusão que não se sustentará na
prática governamental dos próximos anos. O Brasil não voltará a ter entre 4% e
5% de desempregados; nem terá protagonismo econômico e político, já que Haddad
não goza de sequer uma ínfima fração do prestígio e da capacidade política de
Lula.
E
o Ciro? Olha, nenhum dos candidatos tem o conhecimento dele sobre os problemas
da nação brasileira. Impressionante, o candidato tem algo a dizer sobre
praticamente todas as regiões e problemas daqui. Ele deixa claro que fará algo
para que os brasileiros possam refinanciar suas dívidas e, consequentemente,
tirarem o seu nome do SPC. Sobre a economia, ele deixa claro o que vai fazer
para aumentar a receita da União e acabar com o assombroso déficit público:
taxar as grandes heranças e cobrar impostos sobre lucros e dividendos, práticas
recorrentes em outros países desenvolvidos. As reformas previdenciária e
trabalhista do atual governo serão mudadas e o Brasil, segundo ele, discutirá
nos primeiros seis meses de seu mandato um conjunto de reformas que realmente
mudará o país, principalmente a reforma política.
Outra
grande qualidade de um eventual governo de Ciro Gomes é a atenuação gradual do
clima de tensão no país. PSL e PT, sem dúvidas, colocarão o país à beira de um
conflito irreconciliável nas próximas duas décadas. De um lado, um cara que
semeia o ódio em muitas de suas falas e prega um amor incondicional à diminuição
da dignidade humana. Do outro lado, um homem que a cada tropeço vai ter que dar
explicações sobre denúncias de corrupção e justificativas para atenuar
equívocos grosseiros.
Ciro Gomes não
se mistura com os principais equívocos dos seus adversários. Ele não confunde a
autoridade que tem com o autoritarismo tosco de outros candidatos. Tampouco aceita
ser fruto de um oportunismo político. Ciro foi convidado para exercer o papel
de Haddad ou de Manuela na chapa com Lula. Sabem o que ele disse? Não! Ele não
quer dever sua eleição à predileção que o povo tem por outro político. Se ele
fosse o oportunista que pintam, teria aceitado de imediato, pois isso o levaria
ao Palácio do Planalto certamente.
E por que não
votar nos outros? Porque os outros não vão conseguir ir ao segundo turno e
tampouco têm capacidade para governar o país nesta interminável crise. Você tem
o direito de votar em outro candidato. Fazer o quê? Democracia é isso mesmo.
Agora, não venha reclamar depois de uma incompetente ditadura militar de quinta
categoria ou de uma indicação improvisada. Afinal, nossas escolhas eleitorais têm
consequências.
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