quinta-feira, 14 de março de 2019

Diário: 11 de março de 2012

(Ilustração feita magistralmente por Enthony Keven)

11 de março de 2012.

Hoje acordei com vontade de escrever. Passei o dia todo ansiosa para escrever agora à noite, mas me vi sem quase nenhuma inspiração. Se eu tivesse escrito de manhã, acho que conseguiria inundar este dia de poesia e força, só que a vida não é fácil. Tive que fazer faxina, cozinhar e ainda fazer as compras do mês no Extra. Foi um redemoinho que sugou as minhas energias por completo. Agora, de frente para a tela, poucas ideias vêm à minha cabeça.

Eu acho que me sentia mais à vontade quando eu escrevia usando uma caneta em vez de um teclado. O teclado é uma ferramenta absolutamente fria. O som da chuva também me motiva a ficar desanimada. O som da chuva é como as marteladas que a rotina deu nos pregos que me prendem para que eu não desabe nem voe por aí. Tem tanta gente dizendo por aí que tudo depende da gente, mas eu não acho isso. Acho que não fazemos as coisas por nós mesmas sempre para melhorar. Precisamos de outra pessoa. De outra pessoa não, de muitas outras. Se alguém quiser me matar na rua, não depende só de mim.

Nossa! Que pensamentos esquisitos ficam passando pela minha cabeça ultimamente. Às vezes eu sinto inveja dos mendigos que dormem nos bancos e no comércio aqui da quadra. Eles podem andar para qualquer lugar que eles quiserem. Mas eles passam fome! O que eu tô escrevendo? Não consigo entender direito de onde tirei esses pensamentos.

A minha família hoje, significa apenas a ocupação dos espaços na minha vida. Queria ver meu coração ocupado por uma vida plena, mas as coisas não são assim. Na verdade, eu nem sei como as coisas são de verdade. Vai entender como a vida é. As coisas serão muito complicadas se eu continuar assim. Na verdade, acho difícil as coisas piorarem. E ainda tem gente que coloca o dia da mulher como uma grande coisa. Eu nem gosto de falar sobre ele, pois, para mim, é só uma maneira hipócrita da sociedade falar que as mulheres são homenageadas para no dia seguinte pisar nelas. Tenho até o que falar sobre a minha família, mas deixo isso para depois porque estou muito cansada.

(Esta é uma obra de ficção feita por Fernando Fidelix Nunes)


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