(Ilustração feita magistralmente por Enthony Keven)
11 de março de 2012.
Hoje
acordei com vontade de escrever. Passei o dia todo ansiosa para escrever agora
à noite, mas me vi sem quase nenhuma inspiração. Se eu tivesse escrito de
manhã, acho que conseguiria inundar este dia de poesia e força, só que a vida
não é fácil. Tive que fazer faxina, cozinhar e ainda fazer as compras do mês no
Extra. Foi um redemoinho que sugou as minhas energias por completo. Agora, de frente
para a tela, poucas ideias vêm à minha cabeça.
Eu
acho que me sentia mais à vontade quando eu escrevia usando uma caneta em vez
de um teclado. O teclado é uma ferramenta absolutamente fria. O som da chuva
também me motiva a ficar desanimada. O som da chuva é como as marteladas que a
rotina deu nos pregos que me prendem para que eu não desabe nem voe por aí. Tem
tanta gente dizendo por aí que tudo depende da gente, mas eu não acho isso.
Acho que não fazemos as coisas por nós mesmas sempre para melhorar. Precisamos
de outra pessoa. De outra pessoa não, de muitas outras. Se alguém quiser me
matar na rua, não depende só de mim.
Nossa!
Que pensamentos esquisitos ficam passando pela minha cabeça ultimamente. Às vezes
eu sinto inveja dos mendigos que dormem nos bancos e no comércio aqui da
quadra. Eles podem andar para qualquer lugar que eles quiserem. Mas eles passam
fome! O que eu tô escrevendo? Não consigo entender direito de onde tirei esses
pensamentos.
A
minha família hoje, significa apenas a ocupação dos espaços na minha vida.
Queria ver meu coração ocupado por uma vida plena, mas as coisas não são assim.
Na verdade, eu nem sei como as coisas são de verdade. Vai entender como a vida
é. As coisas serão muito complicadas se eu continuar assim. Na verdade, acho
difícil as coisas piorarem. E ainda tem gente que coloca o dia da mulher como
uma grande coisa. Eu nem gosto de falar sobre ele, pois, para mim, é só uma
maneira hipócrita da sociedade falar que as mulheres são homenageadas para no
dia seguinte pisar nelas. Tenho até o que falar sobre a minha família, mas
deixo isso para depois porque estou muito cansada.
(Esta é uma obra de ficção feita por Fernando Fidelix Nunes)
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