10 de março de 2012.
Não
ando muito inspirada para escrever. O dia a dia nos deixa para baixo. Os
desafios não são problema para a vida das pessoas. O problema é a rotina. É ela
que nos afoga num oceano de tarefas que se encerram ao final do dia. Lavar,
passar, cozinhar, limpar e comprar são coisas que tomam conta do meu tempo. Só
consigo relaxar assistindo televisão. Só vem notícia ruim desses políticos
vagabundos de Brasília. Ainda bem que tem muitos filmes e novelas para distrair
um pouco.
Agora
como eu posso sair desse labirinto da rotina? Como tirar a dor que eu carrego
dentro de mim. Resolvi ler um livro do Drummond da estante da minha filha. O
livro está novinho, parece até que nunca foi lido por ninguém. Na verdade, eu
duvido muito que a Giovana tenha lido esse livro, esse e muitos outros livros
que ela tem só de enfeite na estante. Enfim, ele fala uma coisa muito
inteligente. Ele diz no poema “Consolo na Praia” que várias coisas passam pela
nossa vida, mas sempre tem algo que vale a pena e que fica em nossos corações.
Ele diz que os amores passam, mas o coração continua.
Eu
hoje vejo a vida de um jeito diferente. O coração continua angustiado. O
Drummond era inteligente, pois não falava muito sobre o ambiente nesse poema ou
nas características dos elementos. A vida é assim mesmo: as pessoas tentam
esconder a verdade para machucar menos. O ser humano com um bom coração costuma
ter medo ou vergonha de machucar outras pessoas. Pena que as pessoas olham
apenas para as grandes dores e se esquecem das cotidianas. Hoje nem falei da
minha família direito. Só falei de mim mesma. Foi melhor assim.
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