(Ilustração feita pelo talentoso Enthony Vieira para este blog)
26 de janeiro de 2012.
Eu
vi muita coisa estranha nesta semana, mas o que mais me chamou a atenção foi
escrever no computador. Esse programa Word é meio confuso de mexer no início,
mas a gente se acostuma nos mínimos detalhes com ele. O que eu mais gosto nele
é que ele sempre destaca um erro de português nosso. A Giovana me disse que
devemos falar “ortográfico”. Não sei por que ela sempre escolhe um jeito
difícil de falar o que todo mundo entende. Parece que todo mundo usa esse
programa. Por isso que o criador dele é uma das pessoas mais ricas do mundo.
Realmente, não tem como uma pessoa trabalhar para tanta gente e ficar pobre.
Acho
que enrolei mais por estar indisposta com minha família do que por falta de
capacidade. A Giovana ficou chocada quando soube por mim que o Henrique vai
vender o carro dela. Sim, o Henrique resolveu vender o carro da Giovana, que o
Daniel também usava de vez em quando para sair com a Rayane. Eu não consigo
entender direito isso. Como pode o meu marido ter uma atitude dessas? Ele está
inventando que precisa de dez mil e vai vender o Uno dela por dez mil reais.
Botou no jornal e colou um papel no vidro do carro para fazer a propaganda. Eu
mesma tentei falar com ele, mas foi em vão. Colocar a Giovana numa situação
dessa do dia pra noite por conta de uma discussão besta é demais.
É
isso que eu mais odeio no Henrique. Ele acha que, por ele ser o dono do
dinheiro, ele manda em tudo sem pedir a autorização de ninguém que fica tudo
bem. A Giovana até precisa de limite, mas vem querer dar agora que ela já tá
uma mulher feita? Isso é péssimo! Ele vai fazer uma grande besteira vendendo
esse carro. O Daniel ficou com a Rayane e não está sabendo ainda. Na verdade,
eu nem sei como vou falar isso pra ele. “Bom dia, meu filho. Seu pai vai vender
o seu carro porque precisa de dez mil reais”. Péssimo, simplesmente péssimo.
Acho
que isso é a pior coisa que eu vejo no meu país. Não falo de vender o carro por
si só. Se os problemas entre país e filhos tivessem como limite a venda de
carros, o mundo seria um paraíso. Não. Eu acho que quem tem poder costuma
sempre olhar pra ele na hora da crise e achar nele uma maneira de se vingar de
quem desagrada. O Henrique quer mostrar que é dono do mundo quando não tem mais
controle de nada. Péssimo, simplesmente péssimo.
olá professor ,
ResponderExcluirSou gislayne e estou gostando dos textos estou sempre acompanhando os posts. Fico feliz por ter um espaço gratuito leituras reflexivas.
Muito obrigado!
ExcluirVocê foi minha aluna?
(Fernando Fidelix Nunes)