sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Diário: 18 de outubro de 2011

(Ilustração feita por Enthony Vieira exclusivamente para este blog)


18 de outubro de 2011

O aniversário do Henrique teve duas comemorações. Uma no domingo e outra ontem. Domingo foi aquela reunião falsa em família. A gente acordou cedo e enquanto eu cozinhava tudo com a Conceição o pessoal ia tomando tudo que é tipo de bebida. O Henrique gastou muito dinheiro em bebida. Fora uns 800 reais com uísque, cachaça, vodca e cerveja. Se fosse eu comprando roupas, seria um escândalo. E o povo conseguiu acabar de beber tudo sem nenhum problema.

Dona Aurora e seu Agenor foram responsáveis pela carne e por recepcionar as pessoas. No fundo achei bom ficar arrumando as coisas na cozinha, deu para conversar bastante com a minha verdadeira amiga. A Conceição é empregada, mas é ela que deveria ser a patroa lá. Se não fosse por ela, a casa seria uma verdadeira bagunça. Na cozinha eu esqueci completamente de Tereza, Henrique e o resto. Ficamos ali conversando sobre o que a vida tem de bom e ruim. Finalmente consegui desabafar com alguém sobre a Giovana e vi que eu não sou a única que sofre com a burrice dos filhos. Os dois filhos dela andam gastando mais do que ganham e acabam até pedindo dinheiro pra ela. Uma vergonha total. A filha não consegue ficar mais de seis meses no emprego. E as duas ainda moram juntas, para piorar ainda mais porque é confusão todo dia. Pelo menos eu não fico brigando com a Giovana o dia todo. Se bem que uma pessoa pra tirar a Conceição do sério deve ser muito complicada de se lidar de verdade.

A Tereza falou muito comigo no domingo. Isso eu realmente achei estranho. Para que ela vem querer saber da minha vida e dos meus filhos? Ela nunca tinha feito isso. Bem estranho. O Daniel aproveitou para apresentar a namorada para a família. O nome de é Rayane. É um nome meio estranho, mas ela parece ser adorável. Na verdade, ela é uma santa, pois botou limite no meio filho. Ele que veio dirigindo e nem bebeu nada dos quase mil reais de bebida. Isso que é mudança do dia pra noite, da água pro vinho.

Ontem foi bem sem graça. Só fiz um bolinho bem básico para o Henrique, que foi até dispensado do trabalho para aproveitar. Ele disse que merecia. Todo mundo merece descanso na casa, menos eu pelo jeito. Foi meio chato vê-lo com seus 56 anos de idade ainda tão imaturo. Mas fazer o quê? Homem é assim mesmo, sem maturidade nenhuma. Não importa o tempo ou a idade, homem costuma ter o mesmo pensamento imaturo de sempre. Por que eles não crescem e aprendem a enxergar o óbvio da vida na frente dos olhos deles? Pelo menos os homens da minha vida foram assim, muito imbecis em tudo que fizeram. E ainda se orgulham de dizer que “deram certo na vida”. Fizeram tudo errado e se deram bem. Realmente, a vida é uma bagunça sem fim.

E tá ficando difícil esconder que eu escrevo aqui em casa com a Giovana sempre aqui em casa. Esses dias tive que fingir que ia deitar para escrever um pouco. Uma vergonha bem grande eu tenho de que as pessoas descubram o que escrevo no diário. Ainda bem que eu faço tudo certo para que ninguém me leia. E, se Deus quiser, vai continuar assim.

(Esta é uma obra de ficção feita por Fernando Fidelix Nunes)

2 comentários:

  1. Olá! Conheci o blog de vocês há algum tempo através de uma postagem que fizeram no grupo Novos Escritores Brasileiros, ao qual eu também participo já há algum tempo no Facebook. Vim visitar e dar uma força por seguir e acompanhar as postagens conforme der. Gostei do jeito do blog; além disso, achei legal conhecer um blog que fala sobre Literatura e ainda mais por ele vir da nossa capital federal. Queria encontrar e/ou conhecer mais blogs (literários) daqui! :)
    Desejo sucesso e vida longa ao Pena Capital!

    ~Rose Gleize.
    cartasdagleize.blogspot.com

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    1. Muito obrigado pelo comentário. Em breve visitaremos o seu blog e veremos como podemos proceder para que haja uma ajuda mútua ^^.

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