31 de maio de 2011.
Final
de mês sempre é bom para pensar no que passou. Quando a folha do calendário
vira, também terminamos mais uma página nossa. A reflexão sobre a vida é afável
nesses momentos. Tanta coisa acontece, mas parece que foi rápido como a força
de um sopro. Tudo que aconteceu acaba fazendo parte da vida, mas só o que me
preocupa é o meu filho. Acho bom que ele tenha mudado os hábitos para comida e
de academia. Agora esse bonde dele não dá. Vai acabar levando o meu garoto para
o fundo do poço sem ter corda que o puxe de volta.
Do
mais o meu casamento e minha relação com a minha filha estão na mesma: ruim,
mas dando para disfarçar. Esse disfarce
vai ser útil na reunião familiar deste fim de semana. As pessoas nesses
momentos gostam de fazer as perguntas mais cruéis e indelicadas de forma
dissimulada só para testar se está tudo certo com a gente. As pessoas pensam
que família é um negócio unido e cheio de amor. Que nada! As pessoas gostam de
parecerem e se sentirem maiores que os demais. É como se dissessem: “Eu dei
certo e fui eficaz no meu papel e você não por pura incompetência!”. É difícil
fazer parte desse julgamento disfarçado de confraternização. Todos se olham
procurando defeitos e fraquezas nas relações de toda ordem.
A
única coisa que me preocupa é que a Tereza vai estar lá. O Henrique sempre fica
olhando pra ela de um jeito muito esquisito. No fundo, acho que ele pensa que a
vida dele teria sido bem melhor se estivesse com ela e não comigo. Essa
coincidência da ex-namorada do meu marido casar logo com alguém da família é
uma coisa de cinema. Até parece trama feita por escritor de novela para deixar
as coisas suspensas até chegar a hora de fazer um conflito na história para
prender o público. Se bem que eu acho que se fosse coisa de novela, até o autor
ia achar exagero um negócio desse. Pra piorar, fiquei sabendo que o casamento
deles não anda nada bem.
Enfim,
a vida sempre segue com muitas incertezas que eu torço para na realidade serem
bem diferentes da minha imaginação. Nessas horas seria bom ser autora da minha
própria vida e decidir o rumo dos fatos à minha volta, mas eles não dependem só
de mim. Como faz? Esperar para ver no que dá e não ficar sofrendo antes da hora
são o melhor a se fazer. Agora, quem disse que eu consigo? O jeito é tentar
disfarçar, como eu sempre faço.
***
É
estranho escrever e saber que nunca serei lida por ninguém. Só que tudo tem seu
lado bom. Talvez por isso eu consiga desabafar um pouco, já que é difícil dizer
isso com a boca aqui em casa. A gente sempre tem vontade de dizer as coisas
numa hora, só que elas podem piorar se não forem ditas do jeito certo, o que me
faz calar.
SEMPRE TOCANTE..
ResponderExcluir