13 de abril de 2012.
Eu
quase excluí o meu diário. Sei que jamais serei lida por alguém da minha
família. Na verdade, eu espero nem ser lida por ninguém além de mim. A vida é
um parque de diversões muito sem graça para a gente não ir no brinquedo
predileto. Às vezes acho que o diário é a melhor coisa que eu tenho. Mas tenho
tanto medo de ser lida. O que nós escrevemos para a gente não pode ser
esquecido assim. Afinal, as palavras são mais perenes que o espírito.
Hoje
foi uma sexta-feira 13 muito complicada aqui em casa. O Henrique e a Giovana
discutiram feio de manhã e ela ainda não voltou para casa. Eles ficam
discutindo por qualquer coisa. Perguntei para o Henrique o que aconteceu e ele
só falou: “não foi nada! Não enche!”. Dizer isso é tão ruim quanto levar um
tapa.
O
Daniel vai ficar com a Rayane no fim de semana e nem tá sabendo de nada. Ele e
a namorada andaram se estranhando numa conversa por telefone, mas logo fizeram
as pazes de uma hora para outra. Reconciliação é uma coisa sempre boa quando
queremos melhorar. Do contrário, é só para prolongar uma conveniência da vida,
e de conveniências baratas o mundo está cheio. A vida bem que podia aprontar
alguma coisa para me animar um pouco.
(Esta é uma obra de ficção feita por Fernando Fidelix Nunes)
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