4 de fevereiro de 2012.
Hoje
foi um sábado de ressaca. Todos resolveram sair ontem à noite. Minha filha saiu
com as amigas e voltou bêbada. Meu filho ficou com a Rayane na festa até de
madrugada e veio deitar com ela quando o sol já tinha nascido. O Henrique
chegou fedendo muito. Cheiro de bebida é nojento. É pior ainda quando o cheiro
é de cachaça. Ser acordada no meio da madrugada com bafo de cachaça é nojento.
Eu
deveria ter aproveitado o dia de ontem para escrever um pouco. Estava sozinha
em casa sem ninguém para atrapalhar a minha escrita clandestina. Mas não
escrevi. Preferi sentir pena de mim mesma e olhar o vazio ao meu redor com
melancolia e rancor. Todos escolheram sair sem mim. Eu não sou uma parceira
para fazer as coisas boas. Acho que para a minha família eu devo ser apenas uma
dona de casa qualquer. Nem dona eu sou porque não ando mandando em nada.
A
melancolia do vazio é uma janela para o infinito do pessimismo. Lembro que já
tive momentos em que eu consegui ver as coisas de uma maneira mais positiva.
Foi um dia em que as coisas fizeram sentido para mim. Hoje não. Ontem eu fiquei
afundada no sofá com a tristeza no meu coração me tomando por todos os lados.
De
manhã a ressaca foi de todos. Se está assim agora, imagina no Carnaval? Será
que as coisas mudam? Não sei. Na vida dos outros talvez. Na minha nada mudará.
Talvez um pouco mais de leitura sirva de alento para o meu coração. Afinal, a
vida nesta cidade anda um deserto até quando chove.
(Esta é uma obra de ficção criada por Fernando Fidelix Nunes)
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