Olá a todos!
Hoje teremos
duas estreias aqui no blog em um único texto. Teremos duas novas seções para
agitar este blog: “Supernova” e “Qualquer Coisa em Qualquer Lugar”. A primeira
é destinada à publicação de textos de jovens amantes da arte, especialmente da
literária. Nossa cidade e, principalmente, nossas escolas pecam bastante em não
dar espaço para os estudantes inserirem seus trabalhos no seio da vida social
de forma mais permanente. Talvez essa coluna ajude a reduzir a dívida que esta
Capital tem para com talento dos nossos jovens.
A
segunda será uma coluna feita por Any Beatriz Marques de Souza, jovem estudante
que acaba de concluir o Ensino Fundamental com louvor. Ela irá sair do seu
querido colégio e irá iniciar uma jornada desafiadora no Ensino Médio. E é
justamente sobre essa transição que tratará a sua crônica de estreia, que será
melhor entendida por quem conhece a Secretaria de Educação do Distrito Federal.
Saber que crescemos e precisamos nos preparar para novos desafios e responsabilidades
é mais necessário do que nunca. Aproveitem!
Transição
Antes mesmo de abrir a portinha da
gaiola, um último alpiste, um último pedaço de bolo de aipim, uma última ida ao
sol antes que comece a chuva, uma última frase metódica e um último canto.
Com as janelas fechadas sinto
saudades de ir lá fora, mas tenho medo de nunca mais voltar para dentro e ficar
sobre colo das cadeiras duras. Uma cadeia que guarda livros, guarda fogo que
incendeia de maneira incontrolável cada alma cansada dentre as inúmeras paredes
e janelas daquele local hostil e abominável, porém previsível e acolhedor.
Dentro das mochilas, pedras preciosas
que logo serão substituídas por tijolos e pedregulhos; dentro dos blusões e
moletons padronizados, existem corpos cansados e sedentos de conhecimento,
aventura com ausência do abraço.
Sentirei falta dos ratos e dos
insetos repugnantes, seguidos dos gritos estridentes que rangem os ouvidos, no
entanto, não poderei evitar o crescimento, terei de deixar de lado primatas e entrar
na ala dos elefantes e encará-los até eles me consumirem por inteira e
deixar-me tornar alguém que mude um outro indivíduo ou apenas existir, um ser
medíocre que só sobrevive e não vive.
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