23 de dezembro de 2011.
A
vida parece que sempre tem um espaço para definido para as datas. Desde que eu
sou criança o Natal tem um significado diferente. As pessoas mudam no fim do
ano. Parece que são tomadas por uma espécie de atmosfera de paz. As pessoas se
animam em fazer trabalho voluntário, fazem correntes do bem e até bolão da
Mega-Sena o pessoal dá um jeito de fazer.
A cidade hoje
deu uma mudada muito boa. Até a corrupção e a política deixaram de dar dor de
cabeça para o povo. Caiu mais um ministro da Dilma, mas foi no início do mês.
Agora já está bem tranquilo. Do jeito que a coisa anda para ela, um dia podem é
botar a mulher mais poderosa do Brasil para o olho da rua. Neste país, tudo
pode acontecer.
O ano não
terminou, mas a televisão fica nos ajudando a reviver os momentos mais
marcantes deste ano. Teve um massacre terrível numa escola lá no Rio de
Janeiro. Nossa, a Giovana até ficou com medo de que algo do tipo acontecesse na
escola dela. Com tanta coisa para o Brasil importar dos Estados Unidos, a gente
resolveu importar logo esse negócio de fazer massacre em escola. Imagina só se
eu fosse querer matar todo mundo que me fez sofrer. Não ia sobrar ninguém para
contar história. A minha família estaria hoje em um cemitério e eu numa prisão,
já que eu seria incapaz de me matar. Não que eu não esteja em um tipo de
prisão, mas a da cadeia deve ser muito pior do que a que eu vivo aqui. A gente
precisa aprender a importar dos outros países e das outras pessoas o que elas
têm de bom e não o que têm de ordinário.
Na verdade, eu acho que estou escrevendo aqui mais
para fugir da realidade. Ver Tereza e William, que quer ser chamado de Alana,
no Natal vai ser bem chato. Eu ando com um pouco de irritação com a vida que
chega. Essa falsidade de fim de ano para mim é insuportável. E ainda vou ter
que aguentar a minha família de Minas no telefone. Ninguém diz que a vida é
fácil, mas podiam falar sobre as dificuldades de se viver cada dia e como
resolvê-las de vez em quando também.
(Esta é uma obra de ficção feita por Fernando Fidelix Nunes)
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