sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Diário: 21 de novembro de 2011

(Ilustração feita por Enthony Vieira exclusivamente para este blog)


21 de novembro de 2011.

Esses dias passou na televisão que o médico do Michael Jackson foi declarado culpado pela morte do Rei do Pop. Eu não dei muita atenção quando eu vi isso na televisão, nem escrevi sobre ela, mas com uma reportagem na televisão eu passei a pensar mais sobre ele. Michael Jackson foi o tipo de pessoa sobre a qual todo mundo tinha uma opinião. Não é possível ser indiferente ao Michael Jackson nos últimos 40 anos. Ele foi a trilha sonora para a vida de muita gente. Ele dançava muito e cantava tão bem quanto. Agora ficar viciado em anestésico é uma coisa muito louca. A insônia dele era tão forte que precisava de um anestesista profissional para dormir. Para ele, a véspera do sono devia ser uma tortura insuportável.

A pessoa quando tem dinheiro demais costuma fazer o que bem entende da sua própria vida e da vida dos outros. Com o poder que ele tinha, ele fazia qualquer coisa. Desde os videoclipes mais caros e mais bem produzidos até construir para si uma Terra do Nunca. Todo mundo tem traumas, isso é verdade, mas construir para si um rancho pra imitar a vida do Peter Pan é realmente muito estranho. Agora que o pessoal anda falando mais das músicas dele, provavelmente porque dá dinheiro, pararam de falar da sua vida pessoal. Só que nos dez últimos anos de vida ele só foi lembrado pela bizarrice dele. Lembro que vi um documentário em que ele dizia que dormia com as crianças na mesma cama e que era Peter Pan em seu coração.

Tem gente que diz que dinheiro traz felicidade. Considerando o caso do Michael Jackson, acho que isso é mentira. Dava para ver na cara dele o quanto ele era triste. Vazou até um áudio dele dizendo que não conseguia dormir e sofrendo muito. Impressionante como as pessoas vão atrás de dinheiro e não conseguem nada. A Giovana mesmo, ela quer estudar para ganhar dinheiro e ter uma vida estável aqui em Brasília. Agora, ela estável financeiramente não vai estar feliz de jeito nenhum. Ela vai continuar reclamando da vida e não fazendo nada que preste. Do jeito que ela é, é até capaz de largar o emprego aqui só para ir encontrar ou viver com o argentino dela.

O Henrique falou que não arreda o pé de jeito nenhum. A minha filha fica insistindo nisso de trazer o namorado dela pra dentro de casa. Conheço o meu marido, isso não vai acontecer. Os dois já começaram a se estranhar mais dia a dia. Andam se falando menos e discutindo ou se estranhando por qualquer coisa boba. Do sabor de um bolo que ele comprou aqui pra casa até da Giovana deixar a escova na sala. Nessa briga não queria ter que tomar partido por nada nessa vida, mas acho que vou ficar do lado do meu marido. A gente tem que ser coerente na hora de criar os filhos. Por que a Giovana não é que nem o Daniel, que conseguiu uma namorada para arrumar os seus defeitos todos? Isso diminuiria bem as minhas dores de cabeça e as dela também.


(Esta é uma obra de ficção feita por Fernando Fidelix Nunes. Toda sexta-feira você tem um novo episódio deste folhetim.)

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