24 de maio de 2011.
Lavar
o chão de um apartamento de 3 quartos às vezes é um tormento e outras vezes é
uma dádiva. Não posso nunca reclamar que falta coisa pra fazer. Mas é tão
cansativo fazer isso sempre. Enfim, acho que não estou muito boa pra escrever
agora de manhã.
***
Hoje
morreu o Reginaldo, tio do Henrique. A minha sogra ligou pra cá muito triste
para dar a notícia. O Agenor, pai do Henrique, sentiu muito a morte do único
irmão dele ainda vivo. O Reginaldo se matou envenenado. Que morte terrível! Ele
vivia muito triste numa casa no Guará. Era depressão, sem dúvida, mas ninguém
imaginava que ele ia ser capaz de fazer consigo mesmo um negócio desses. Ele
também estava chateado com a chance de ser levado daqui uns anos para um asilo,
pois os filhos dele nem ligavam mais e só pegavam o dinheiro dele. Às vezes o
peso da vida é tão grande que mergulhar no vazio da morte parece ser o caminho
mais adequado.
Mas isso faz
mal para a alma. No outro mundo, nós sofremos muito por essa decisão. Dizem que
o sofrimento de um suicida é o pior que tem no outro mundo. Só que num momento
como esse, não temos mais o que fazer além de consolar uns aos outros e orar. A
morte, além de ser a única certeza da vida, é uma forma de unir a família.
O
enterro será amanhã de tarde. A Giovana e o Daniel falaram com os chefes deles
e conseguiram liberação. O Henrique também conversou com a chefe dele e vai
conseguir ir. Eu, pelo menos para isso, não preciso da autorização de ninguém
para ir.
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